RSS

sábado, 5 de dezembro de 2009

A nova face de mim que eu não conheço



O ano passou e agora muda-se, muda-se as estações, o clima, os dias, meses e não é só ele que muda: nós pessoas, também mudamos. Inventamos relógios para medirmos o tempo, mas somos incapazes de pará-lo. E é graças a esse fato que amadurecemos, evoluímos e aprendemos a lidar melhor com a velhice.
Não é que me sinta mal ou arrependida de ter crescido, até porque, de nada adiantaria, apenas padeço por não saber ao certo que mudanças aconteceram em mim desses tempos pra cá, sei que houve, pois mudou o jeito que pessoas olham pra mim, que falam comigo e até o jeito de elas pensarem em mim, eu acho. E sei lá, me arrependo de não ter notado o momento em que essas mudanças ocorriam, não notei o quão rápido foi e, por isso, magoei muita gente e hoje nem sei por quê. Quero correr atrás pra saber o que aconteceu e quem sabe pedir desculpa por algum erro que cometi sem saber, mas dizem que sou madura demais pra correr atrás de pessoas, afinal mulheres não devem correr, e muito menos atrás de pessoas, é isso que dizem.
Sinto-me cansada, só, e perdi a maioria dos amigos que poderia ter e não tenho, pelo simples e pontiagudo fato de ter me afastado das pessoas por algum motivo que eu desconheço. É triste esperar pela primavera quando tudo que se pode ter é o outono. Esperei das pessoas, uma pista para que eu pudesse aprimorar em mim o que tem de ser aprimorado e esperei de mim, entender essa pista, em um dos dois eu falhei.
Bem, do que sobrou de mim resta apenas alguém disposta a pedir desculpas a não ser que não saiba o motivo para tal. Quanto ao mais... Preciso me conhecer desse novo jeito pra só aí, dizer quem sou e então partir pra uma nova aventura, a aventura de entender-me.
É complicado pra mim, dizer quem escreveu o texto, Renata antiga ou nova? Com meia certeza afirmo que foi a nova, a antiga estaria distraída a brincar com suas bonecas.