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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Classificados


Brancas, negras, amarelas, emos, roqueiras, funkeiras, pobres, ricas, doentes, saudáveis, boas, ruins, honestas, ladras, etc.
Classificadas, todas estão, falta apenas o VENDE-SE para que possamos obter lucro de mais uma invenção humana. Sim, ela é negra, branca, amarela, mas não esqueçamos: ela é pessoa. Ela tem família, sonhos, desejos, e uma porção de coisas que não vem nos classificados e que para sabermos precisamos querer, mas como uma maioria importa-se somente consigo mesmo, essas verdades, como várias outras, serão esquecidas e habitarão somente o peito daquele que sofre as conseqüências de uma verdade que poucos conhecem.
Na aurora dos pensamentos éticos, deixemos todos de ser máquinas e nos tornemos Homens. Assim deixaremos, verdadeiramente, de nos importarmos com classificações e talvez enfim aprenderemos que somos todos iguais e devíamos todos lutar em prol do mesmo objetivo.
O homem é inteligente suficiente para inventar grandes coisas, mas é ingênuo demais, à ponto de deixar que essas se voltem contra ele.”

sábado, 12 de dezembro de 2009

Para o menino

És um pássaro e necessitas voar. Nem sei como vieste parar nesse jardim. Talvez embriagado pelo perfume das rosas, talvez precisasse mesmo de um tempo longe do passaredo, a verdade é que um pássaro sozinho não faz verão e, portanto, precisas voltar.


Precisas voltar por que por mais que queiras ter a auto-suficiência dos pássaros de grande porte, por mais que hoje já não sejas mais um filhotinho e tenha crescido suficiente para seduzir qualquer olhar, seja esse de qualquer espécie, com suas cores, tu ainda és jovem pássaro, e precisas ainda do calor das asas dos teus pais.

Quanto às flores que neste jardim ficam, elas esperarão por ti mesmo com a incerteza de que tu voltes e quando, enfim de volta estiveres, elas finalmente poderão exalar seu mais precioso perfume como se dissessem que enfim sentiram a alegria esperada por tanto tempo, e haverá, de novo, a unção das tuas cores embriagadoras com o perfume exalado pelas flores que te esperarão e enfim poderão dizer que mesmo sem se tocar, um completou o outro, pois as flores não existem sem o pássaro, e a vida do pássaro não é tão cheia de vida, sem as flores.

Vá pássaro, espero que te divirtas cantando e voejando pelas montanhas de tua terra (ou céu, devo dizer) e na volta, traga pras flores a alegria que teu canto suave e inebriante é capaz de proporcionar, que elas te guardarão seu melhor aroma para dar-te na chegada.

E verás: mesmo te amando as flores te deixarão ir, pois precisas voar, e o amor habitado por elas as faz entender que, quando se ama deixa-se livre voejar para outros ares, pois toda volta é um novo começo e todo começo traz consigo o sabor de expectativa que alegra os amantes.

sábado, 5 de dezembro de 2009

A nova face de mim que eu não conheço



O ano passou e agora muda-se, muda-se as estações, o clima, os dias, meses e não é só ele que muda: nós pessoas, também mudamos. Inventamos relógios para medirmos o tempo, mas somos incapazes de pará-lo. E é graças a esse fato que amadurecemos, evoluímos e aprendemos a lidar melhor com a velhice.
Não é que me sinta mal ou arrependida de ter crescido, até porque, de nada adiantaria, apenas padeço por não saber ao certo que mudanças aconteceram em mim desses tempos pra cá, sei que houve, pois mudou o jeito que pessoas olham pra mim, que falam comigo e até o jeito de elas pensarem em mim, eu acho. E sei lá, me arrependo de não ter notado o momento em que essas mudanças ocorriam, não notei o quão rápido foi e, por isso, magoei muita gente e hoje nem sei por quê. Quero correr atrás pra saber o que aconteceu e quem sabe pedir desculpa por algum erro que cometi sem saber, mas dizem que sou madura demais pra correr atrás de pessoas, afinal mulheres não devem correr, e muito menos atrás de pessoas, é isso que dizem.
Sinto-me cansada, só, e perdi a maioria dos amigos que poderia ter e não tenho, pelo simples e pontiagudo fato de ter me afastado das pessoas por algum motivo que eu desconheço. É triste esperar pela primavera quando tudo que se pode ter é o outono. Esperei das pessoas, uma pista para que eu pudesse aprimorar em mim o que tem de ser aprimorado e esperei de mim, entender essa pista, em um dos dois eu falhei.
Bem, do que sobrou de mim resta apenas alguém disposta a pedir desculpas a não ser que não saiba o motivo para tal. Quanto ao mais... Preciso me conhecer desse novo jeito pra só aí, dizer quem sou e então partir pra uma nova aventura, a aventura de entender-me.
É complicado pra mim, dizer quem escreveu o texto, Renata antiga ou nova? Com meia certeza afirmo que foi a nova, a antiga estaria distraída a brincar com suas bonecas.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Passarinho



Passarinho, estás aqui, preso comigo. Sentirei sua falta quando tiveres de partir mas saberei que quando fores é por que talvez já estejas preparado. Trarei- te sempre comigo e pra sempre lembrarei o teu canto. Sentirei eternamente a falta de jamais voltar a ver-te e isso não será suficiente pra trazer-te de volta a mim. Espero que lembres, caso não, dormirei na esperança de voltar a ter-te. Vás, mas aqui em mim estarás pra sempre. Pássaros merecem voar mas é preciso retornar ao ninho pra reviver boas lembranças.