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domingo, 31 de outubro de 2010

Encontro

Algumas almas se atraem até se encontrarem. São luzes, quase sons, sem toque. Encontram-se no olhar e não mais se perdem. Permanecem. Continuam no encontro, na presença, na outra. Não há palavras, é só luz. Não há dor que dure no encontro de tais almas. Pode haver choro, riso, grito, mas é um quase amor, um pertencimento, uma saciedade que persiste em cada encontro. É um sem quase, é amor.
É o que me ajuda sem dizer uma palavra, cujo abraço faz o resto do mundo sumir e faz com que meu espírito esteja em paz com o meu corpo. É o que sabe as palavras certas pra dizer e sabe fazer o silencio ser valioso e cheio de sabedoria.
O encontro marca completude. Há enfim serenidade, mesmo em meio da crise. É quando mesmo sem conhecimento algum, surge o amor. Sente-se a perfeição, a leveza, a crença de que se ainda há algum problema a ser resolvido, ele se resolverá.
É nessa hora que eu acredito em destino. Por que não haveria a possibilidade de ser tudo isso por acaso. Sem falar dos sinais que aparecem previamente e quando vistos do futuro parecem apontar certinho pra onde a outra alma está. E é tão bom que ainda existam anjos. E tão melhor poder enxergá-los e tê-los presentes. A sensação me deixa tão leve. Me sinto tão grata. E me parece tão certo que o reencontro se dará.
E ainda assim, depois de tanto, creio que é impossível retratar o que se passa nessa confluência. É necessário que se saia do corpo e deixe a alma falar. E o que pode ser dito, já foi.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Deus

Estou procurando um pouco de sinceridade para que eu possa então fazer minha oração.
Estou vendo até onde vai minha hipocrisia pra que eu possa conseguir o que eu quero.
E aí, quando só sobrar o eu sem molduras, o eu feio, o eu puro, eu pretendo agradecer.
Eu agradeço por tudo que já se sabe, pelo blá blá blá do pão diário e etc., mas minha real intenção, perdoe-me, é pedir.
Peço que não me deixe enlouquecer sozinha, que eu não seja ridícula a ponto de achar que se eu esquecer eu vou poder continuar. Peço que eu não seja tola. Eu peço alguém pra me fazer companhia nos meus banhos de chuva, nas minhas madrugadas vivas, na minha praia noturna, no meu prazer sem pretensão. Eu peço uma fé inabalável, um amor com sinceridade, uma calmaria, uma risada boa.
Eu sei que o Senhor não esquece ninguem. Eu sei que se o caso é de amor então a prece é ao menos escutada. Eu sei que não há em mim uma peculiaridade, mas eu quero te falar diretamente e há de ser por meio de oração. Eu que nunca falo de mim, que nunca peço ou imploro, que nunca choro. Eu, com meus defeitos e qualidades, com minhas virtudes e tudo que eu consegui, com minha história, com minhas paixões, fraquezas, com minha indignação, com minha alma, estou tentando atingir meu êxtase de comunhão convosco. Eu só quero que o Senhor não me deixe.
Não me deixe só , Senhor.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

etc

Eu preciso aprender a separar o meu amor do meu egoísmo, pois é difícil amar quando a sede que se sente é a de posse.
Se você quer saber como perder o que tem, é só dar-lhe importancia e cada vez mais, a ponto de ele se afogar em tanto amor.
Também não há que se forçar, amor é simples, natural, mas não dura pra sempre. Não tem que durar.
Ame um de cada vez mas não deixe de amar o anterior, assim cada emoção se torna nova mesmo quando vem de amor antigo. E fique. Fique mesmo quando a solidão estiver quase te tocando. Nessa hora sinta como em cada coração que tu mudaste, ainda há um pouco de ti que permanece.
Eu preciso aprender a seguir meus próprios conselhos.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Desejo


Um amor correspondido, que faça o tempo passar sem que se perceba. 
Que te dê carinho, que te faça plena.
Que seja fogo e terra, que te sacie em todos os âmbitos.
Que faça o frio passar e o calor ser prazeroso.
Que te beije da melhor forma, que te abrace do jeito mais terno.
Que seja pra ti o que eu já cheguei a ser.
 Que não tenha pressa.
Que te morda a orelha, que acerte os teus pontos.
Que te faça feliz mesmo quando é impossivel fazê-lo. Que faça possivel o que não o é.
Que traduza isso no breve e duradouro instante de um beijo.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Sei lá, porra

Para se olhar o mundo com olhos de essência é preciso conhecer a parte frágil de tudo.
É preciso saber que nenhuma hostilidade revela de maneira correta a fragilidade dos seres.
É preciso ver que efemeridade nada tem a ver com profundeza.
 Contudo, rapidez às vezes é arma contra si mesmo.
Também é preciso saber que as coisas transmitem ternura e que pessoas também são capazes de fazê-lo.
É preciso ver que os sentidos são conjugados, estando o centro de tudo na alma das coisas (ou das pessoas).

Para ser grande, é importante que se ouça flores, que se veja melodias, que se sinta o aroma das palavras doces e que se coma a poesia contida nos seres.
Além disso, é importante que olhe com profundidade, pois ser grande é ter olhos de essência e jamais alguém sem tais olhos conhecerá a grandeza das coisas.

Quase antônimo de ser grande é ser adulto.

As crianças têm mais facilidade em descobrir fraquezas. Elas conhecem o segredo da alma mas são boas em esconder.

A razoabilidade está conjugada com o medíocre. Para se atingir a excelência é preciso pôr nos atos, graus de colorido que atinjam o objetivo por inteiro: a parte grande e a outra.

Permita-se ser sem ser classificado. As coisas não precisam de teoria, menos ainda de nome. Geralmente quando nomeamos algo, subtraímos dele alguma beleza. As borboletas e os pássaros bem o sabem, mas não se deixam subtrair.

Uma vez me disseram que era errado dizer que não existe certo e errado. Já me disseram também que é errado dizer isso. Acho que é por isso que eu sou tão confusa.

As coisas estão pras pessoas na mesma proporção j

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Começo e meio

É tudo por eu não terminar.
A vida não é contínua pra mim.
Ela para na vírgula,

domingo, 3 de outubro de 2010

Senhor

Eu Te agradeço por cuspir no Teu altar
Por  andar na contramão
Por enxergar a beleza do Homem
Por sentir essa beleza, a volúpia.

Eu vou seguir menina,
e te agradeço por me deixar ser grande
e cheirar o ar, feito um viciado
e deitar de madrugada achando que é de noite.

Obrigada pela madrugada.

Eu te agradeço por esperar,
pela paciencia de aceitar minha descrença
Pelos meus amigos, com quem eu rio do teu livro.

Agradeço por eu acreditar em amor
 e em verdade.
Eu te agradeço por eu cantar, 
e pelo encanto que são os passarinhos.

Eu te agradeço pela Bossa Nova
E por eu poder brincar eternamente.

Eu te agradeço pelo pecado.

Pela minha malcriação
Pelo prazer que o pecado dá.
Por todo menino bonito.
E pelos inteligentes e gentis.

Eu agradeço por mim, 
e pelos meus amigos.
eu agradeço pelo chocolate
e mais, muito mais
eu agradeço pela evolução.

Grata, Renata .



sábado, 2 de outubro de 2010

"Pensamentos precisam ser libertados pra que possam libertar."

Saudade

Saudade é dor no peito. Aperto. Solidão.
Saudade do cachorro que eu tinha quando eu era criança.
Saudade do que não vem mais
e do que já passou.

Eu estou com saudade do pão de queijo de minas.
Do vinagrete do Ceará.
Saudade da Heloisa que eu não eu vi crescer.
Saudade é como um grito abafado que eu não posso dar.
Saudade da pracinha.
Do meu primeiro beijo.
Da inocencia que eu tinha sem saber.

Hoje eu acordei com essa dor.
Deve ser o tempo.

Hoje eu não pude gritar.
(já faz um tempo que eu não posso)

A culpa deve ser do tempo.

DAR NÃO É FAZER AMOR

Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar....
Sem querer apresentar pra mãe...
Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem
esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para os mais desavisados, talvez anos.

Mas dar é dar demais e ficar vazio.
Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar
o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:
"Que que cê acha amor?".
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinho...
É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.

Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar
Experimente ser amado...
Luís Fernando Veríssimo

Uma carta

É que quando é de verdade, não passa assim tão rápido. Geralmente permanece mais tempo do que a gente. É por isso que eu aposto que ainda existe. Foi só por isso que eu te escrevi.
P.S.: Eu sinto saudade.