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domingo, 4 de abril de 2010

Mulheres de Atenas

"Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas"
 
Mulher, tens a forma de tudo que é belo
és amorosa, orgulho e raça de Atenas.
Que olhar é esse que só tu sabes fazer?
E nos torcemos todos, pra adivinhar o que trazes no pensamento.
Sofrias por teus maridos, agora deixas que sofram por ti.
Quando amada, se perfuma...
E que cheiro doce ja traz por si
E quando ajoelhas, pedes, imploras.
É desnecessário, nas duras penas, cadenas...
Trazes contigo o olhar do pedido e do conseguir.
Viver por alguém? 
Já é insuficiente...Vivem por si.
Pois nasces e vives com o poder e a força que não é a de Atenas.
És vistosa, vislumbrante... Tal como a flor de açucena.
E quando eles vão pra guerra
Esperas que voltem, sentes saudade das carícias plenas, obcenas.
Mas, independentes, continuam a vida, sorriem ainda, embora não sem falta.
E quando eles voltam, sedentos e famintos
tu o esperas só para saciar-te.
cheia de gostos, vontades, defeitos e qualidades
esperas do homem a fidelidade que nem sempre têm. 
Mas eles sempre voltam, pra ti que és linda e a brincadeira finda quando tu desejas.
E o homem bonito quando a idade chega, amofinha-se sem olhar mais para ti
E tu que és velha agora, mais bonita és. 
Heroína e amante de Atenas.
E o homem abandonado, se recolhe calado dizendo: Venceste.
E venceste! O tempo e a desigualdade.
És agora o orgulho e a raça de Atenas.