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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Deus

Estou procurando um pouco de sinceridade para que eu possa então fazer minha oração.
Estou vendo até onde vai minha hipocrisia pra que eu possa conseguir o que eu quero.
E aí, quando só sobrar o eu sem molduras, o eu feio, o eu puro, eu pretendo agradecer.
Eu agradeço por tudo que já se sabe, pelo blá blá blá do pão diário e etc., mas minha real intenção, perdoe-me, é pedir.
Peço que não me deixe enlouquecer sozinha, que eu não seja ridícula a ponto de achar que se eu esquecer eu vou poder continuar. Peço que eu não seja tola. Eu peço alguém pra me fazer companhia nos meus banhos de chuva, nas minhas madrugadas vivas, na minha praia noturna, no meu prazer sem pretensão. Eu peço uma fé inabalável, um amor com sinceridade, uma calmaria, uma risada boa.
Eu sei que o Senhor não esquece ninguem. Eu sei que se o caso é de amor então a prece é ao menos escutada. Eu sei que não há em mim uma peculiaridade, mas eu quero te falar diretamente e há de ser por meio de oração. Eu que nunca falo de mim, que nunca peço ou imploro, que nunca choro. Eu, com meus defeitos e qualidades, com minhas virtudes e tudo que eu consegui, com minha história, com minhas paixões, fraquezas, com minha indignação, com minha alma, estou tentando atingir meu êxtase de comunhão convosco. Eu só quero que o Senhor não me deixe.
Não me deixe só , Senhor.