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domingo, 20 de fevereiro de 2011

lembrança de um dia bom.
Renata Macedo

:]

eu renuncio a tudo. renuncio.
sem escrever com letra maiúscula Eu renuncio a tudo que me dizem ser bom.
Só aceito o sorriso daquela menina. a que só vi uma vez e foi embora com a promessa de voltar.
a que eu sei, demorará anos para o reencontro. a que se entregou de corpo e alma.
renuncio porque, meu deus!, estou cansada.
e estou cansada de ser sem poder. de gritar no vácuo para milhares de surdos. de esperar o amanha trazer surpresas.
escolhi optar.
Percebi no olhar da negra totalmente perdida, num dia de Chuva no interior de são Paulo que é melhor aproveitar a chuva que veio sem avisar, que banha suavemente meu rosto, removendo toda a maquiagem que demorei algum tempo pra fazer e outras impurezas mais, que traz o arco iris quando acaba, do  que chorar o sol que sumiu e o calor que poderia estar fazendo...
não é que eu não ligue mais. Ligo sim! mas vou estar sendo mais crítica. Acho tão melhor assim.
faz tempo que eu não escrevo aqui. To mais feliz agora.

sábado, 18 de dezembro de 2010

frases pra pensar o tempo...

Você pode ficar escondido em casa, protegido pelas paredes. Mas você está vivo, e essa vida é pra se mostrar. Esse é o meu espetáculo. Só quem se mostra se encontra por mais que se perca no caminho- Cazuza


- O Brasil precisa explorar com urgência a sua riqueza; porque a pobreza não agüenta mais ser explorada. (Max Nunes)


Crianças nós somos, a vida toda. O que muda são os preços dos brinquedos. (Autor Anônimo)


- O homem de duas caras geralmente usa a pior. (Stanislaw Ponte Preta - Sérgio Porto)


- A prática leva à perfeição, exceto na roleta russa. (Autor Anônimo)


-Se você tentou falhar e conseguiu, você descobriu o que é paradoxo. (Autor Anônimo)


- Caia a faca no melão ou o melão na faca, o melão sofre... (Provérbio chinês)



- O mal de quase todos nós é que preferimos ser arruinados pelo elogio a ser salvos pela crítica. (Norman Vincent)


- A prosperidade de alguns homens públicos do Brasil é uma prova evidente de que eles vêm lutando pelo progresso do nosso subdesenvolvimento. (Stanislaw Ponte Preta)


- Todo mundo quer salvar o mundo... Mas ninguém quer ajudar a mãe à lavar a louça. (Autor Anônimo)


Ajudar uma única pessoa pode não fazer diferença nenhuma para uma vida, mas, pergunte a essa pessoa se faz difrença na vida dela. (Anderson Roberto de Carvalho)


- Quanto menos inteligente um homem é, menos misteriosa lhe parece a existência. (Arthur Schopenhauer)


- Não fazer barulho, já é fazer muito. (Juvenal de Souza Neto)


- Somos todos escritores. Só que uns escrevem, outros não. (José Saramago)


Boas férias e todos os outros cumprimentos de fim de ano!
Abraços

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

sem

Eu não quero ficar, tampouco tenho para onde ir.
Fujo dos monstros que criei mas eles estão cada vez maiores.

domingo, 12 de dezembro de 2010

divagação

Uma vez, quando na idade de seis ou sete anos, não sei ao certo, matei um galo. Foi meu ato mais sem intenção, o que mais me doeu pois só o joguei contra o chão para que se afogasse no lago de raiva que eu criara por que parecia que aquela era a milésima vez que o pedia educadamente que não entrasse dentro de casa, o quintal era seu lugar. Me doeu bastante conhecer a raiva desse modo. Pude sentir naquele momento que havia matado uma parte de mim, visto que tudo é uma coisa só e então o galo sou eu, minha parte que não compreende e que acha que se as pessoas estão na casa a assistir TV, então eu também posso fazê-lo, o que não é uma mentira completa.
Quando vi o galo não mecher-se, estranhei. Primeiro achei que lhe havia quebrado uma alguma parte de seu delicadíssimo corpo, mas depois eu, ser  não de todo indelicado, senti a morte tomando sua alma de galo e levando-o para a evolução. Então sensibilizada pela presença desse ser tão superior e sábio, a morte, meti-me em meu pranto e assim fui avisar minha mãe do ocorrido. Na verdade o pranto estava mais no espírito que na carne, pois por fora eu segurava mais que podia as lágrimas que rolava suaves em minha face.
Minha mãe que, desconfio gosta mais dos animais que dos humanos, olhou-me com desaprovação e com esse olhar me fez entender que já não havia nada a ser feito. Arrependida e sentindo a dor de uma parte minha que se fora, olhei para o objeto de minha tristeza e ali fiquei a observá-lo. Não sei quanto tempo durou o episódio que lhes narro, mas algum tempo depois (talvez segundos ou mesmo horas) uma galinha, razão de eu entender o amor de minha mãe pelos animais, aproximou-se e colocou seu pescoço grande e amoroso sobre o pescoço de meu galo morto. Assim ficaram horas, sei disso por que findou o dia com a escuridão da noite e a galinha só retirou-se dali quando foi dormir em seu ninho. Acho que foi nesse instante que conheci o amor e sua onipresença.
Anos depois, em 2010, quando eu já tinha dezesseis anos e já um pouco de experiência com o amor, vi o corpo de um homem que havia se jogado da escadaria para o trilho do metrô. Se talvez eu tivesse chegado na estação alguns segundos prévios, teria visto o homem, sua tentativa contra a vida, mas por sorte, e é nessas horas que eu acredito que há alguma força maior por trás dos fatos, só o que vi foi a multidão que, esquecendo-se de todos seus afazeres, se amutuava para olhar o homem. Creio que na verdade o que eles queriam não era vê-lo e sim fazer parte daquela história, presenciá-la para que depois pudesse ter alguma história para contar quando no meio de uma conversa com amigos e cerveja o silêncio começasse a incomodar. Eu, menina de interior criada por vó, que embora soubesse que coisas desse tipo acontecem diariamente, que nunca havia presenciado nada que lembrasse o suicidio de um homem por uma razão que não importava a ninguem, fiquei estarrecida. Meu espírito rezava para que o homem tivesse vivido suavemente sua morte, ou para que se sobrevivesse, o que de fato aconteceu, ganhasse alguns motivos para acreditar na vida tanto quanto eu o fazia e também para que ele sentisse que não estava (e não está) sozinho nessa existência. Enquanto isso, meu corpo erra empurrado pela multidão que, se houvesse oportunidade, não pensaria duas vezes em cobrar ingresso para os que quisessem assistir ao show rotineiro do resultado da falta de amor, quero dizer, da falta de VER  o amor, visto que Ele está em todos os lugares. Alguns riam do ocorrido, um homem tentou flertar comigo, crianças corriam a procura de ver se restava um lugar para que pudessem ver o resto da vida privada de um homem transformar-se em dominio público. Havia quem tirasse fotos, pra quê meu deus, pra quê???, outros aproveitavam a aglomeração para vender seus produtos e garantir seu sustento e ninguém pra se perguntar profundamente o por que de um homem sacrificar a si próprio em troca de, talvez, nada. Não havia um que se importasse com a alma do outro, que se disponibilizasse a amá-lo.
Compreendi nesse momento que quando minha avó dizia que eu, menina que nunca foi capaz de demonstrar sentimentos, parecia um bicho, embora sua intenção não fosse elogiar-me, eu deveria sentir como se fosse. Pois que a galinha amou seu semelhante até o fim e eu me escondia atrás das palavras com vergonha da minha tão mesquinha espécie que era quase incapaz de amar, tampouco de fazê-lo até o fim. Senti muito, ainda o faço.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Eles acharam que se torturassem uma borboleta ela perderia sua poesia.
Mal sabiam que a poesia das coisas está na essência, não nas cores.

domingo, 21 de novembro de 2010

dúvida

De onde vem esses pensamentos tão pessimistas?

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Carta à M.

Oi M., hoje eu resolvi te escrever depois de tanto tempo, tanta saudade. Eu sei que você vai pegar o envelope e pensar que alguma coisa aconteceu comigo, mas na verdade eu só estou te escrevendo por que adiar o prazer de me comunicar contigo é autoflagelação, e você sabe que eu jamais me faria sofrer tanto, apesar de tudo. Morro de saudade das nossas conversas, você tinha o timbre de voz mais doce que eu já ouvi na minha vida inteira. E aí, como andam as novidades? Tem trabalhado muito? Sei que sim, mas pare rapaz. Eu sei que você precisa ganhar o sustento da sua alma, mas acredite: Se seu corpo estiver satisfeito então seu espírito só vai precisar de paz, de nada mais que isso. E a cidade? Já se acostumou ao clima? Disseram-me que você esteve aqui, não acreditei, pois o porteiro não noticiou nenhuma visita sua. Sinto muito ter me afastado tanto. Hoje, mais do que nunca, tenho sentido sua falta.
M., sabe aquele pensamento que você teve quando pegou o envelope da carta e viu o remetente? Acho que você estava certo. Ah! Você sabe bem de mim. Você sabe que quando eu estou vazia, eu escrevo. Mas não sofro de nenhuma doença, quero dizer, eu acho que minha única doença é sentir tanta falta. Estou padecendo em falta. Padecendo, M.! Você acredita? É que depois que você se mudou, demorei um pouco pra me acostumar de novo. E aí, devido à minha antipatia ou algo desse tipo, não fiz nenhum amigo novo. E os velhos, deixaram-se envelhecer: a maioria hoje resmunga pra sobreviver e os outros não escutam mais quando eu falo. Há ainda aqueles da turminha de sexta- feira, mas andamos muito ocupados. Então, desde que você se foi, eu venho guardando as coisas que eu tenho pra falar. Às vezes eu falo pro espelho mas ele não é bom pra conversar. Você é. Ah, sei lá. Os anos passaram né M.? Entenderei se você não me responder. Mas eu quero te falar que eu já perdoei você por não ter vindo falar comigo naquele dia. Não existe mais mágoa entre nós. Só saudade. Sua ausência me deixa ausente de mim mesma.
Mas apesar de tudo, ando bem. Acredita que agora meu prato é repleto de verde? Ou que meu modo de sentar é o mais reto possível? E se eu te disse que enjoei de andar descalça? Ah, M. as novidades são tantas. Já faz tanto tempo. Enfim, era só isso. Responde quando tiver tempo e para de gastar tempo trabalhando homem. Isso pode te matar. Vou pegar uma roupa aquecida por que o Rio de Janeiro tá frio essa noite.
Beijos saudosos.




Renata Macedo

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Por acaso, matemática

Se todo meu esforço me valesse a nota, eu com certeza sorriria
Acontece que meu esforço não vale nada.
É por isso que eu choro.

sábado, 6 de novembro de 2010

É por isso

É por amor que matamos as flores.
É por amor que mentimos quando vivemos.
Eu te entrego a sinceridade das minhas mentiras
E um buquê de rosas pra te alegrar.

Você ainda tem 672 horas pra me beijar
E um beijo dura em média 1 minuto
Temos 40320 beijos pra usar na nossa despedida.

Até o herói maltrata as flores
Por que sua grandeza não lhe sacia a sede.
Temos sede de companhia e tememos o futuro só.

Eu sou solitário
E preciso de companhia
Eu preciso de platéia
Eu preciso mentir pra você
Pra eu me sentir saciado.

Eu só te dou minha atenção (e minhas rosas)
Por que eu não quero morrer sozinho
Por que eu sou humano
Eu nasci assim.

Quando o sangue e a dor escorrem
Não nos sentimos culpados,
foi por amor.
Eu só te peço perdão
Por mentir tanto.
A quantidade não se justifica.

Eu te dou minha liberdade
Pra que me tenhas como presa
E assim eu ter-te
Nem que seja só um pouquinho.

Os seres humanos estão sempre se conformando.
Eu não me conformo por ainda não ter-te
Apesar de todas as flores que eu já matei.
Eu achei que quando eu parasse de mentir
Você viesse me abraçar
Pra dizer que a dor passou e o sangue matou-te.

Mas os objetos do amor nunca vêm.
E a gente ama, como amadores que somos
pra aprender que ficar sozinho
é o preço dos que querem companhia.

Seus minutos estão passando.
Mas se por acaso
no fim do dia
você ainda não tiver vindo
a gente pode acrescentar mais uma hora
no que a gente quiser.

A gente pode fazer tudo, menina
por que é tudo por amor.