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quarta-feira, 19 de maio de 2010

Borboleta

Os olhos eram duas bolinhas um tanto coloridas demais. E tinha brilho demais.
E o azul infindavel destes olhos era o motivo do meu sorriso. Era este azul (com este brilho) que me faziam gargalhar submersa em lembranças do agora.
E chiava e sorria, e fazia ambas as coisas. E eu me derretia pra acompanhar o ritmo do brilho, este ia bem mais rápido do que os ruidos emitidos pela boca.Os dedos finos tamborilavam e inquietos chamavam minha atenção. O corpo todo era um movimento fora de ritmo que mais do que informar suas emoções, desvendava-o por inteiro.
Ele era um mistério, tal como um perfume que brota na sala sem ninguém saber de onde vem. E os olhos contrastavam com o cabelo claro que fazia o rosto todo parecer sempre em equilibrio. E na mais plena calma.
Eu, por mais que não soubesse o significado da existência, sentia a minha cada vez mais plena. E completa. Vivia feliz.
Até que uma noite, o tamborilar dos dedos e o arco-iris dos olhos fecharam-se. E o corpo que antes já não sofria a força da gravidade, agora voava. E o movimento desse ser agora subsistia. Era ser não sendo. Eu tentava pegá-lo, agarrá-lo, prendê-lo e ele voava. E meus dias ganharam mais cor, embora não mais alegria. Eu já era feliz antes.

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